
Hilary Swank é uma atriz fora da curva, para mim. Caso Carla Perez resolva fazer o remake de “Cinderela Baiana” e chame Hilary para interpretar, até assisto (menos, Ivi!). Afinal, a moça tem dois Oscars bem merecidos: um em 2000, por Meninos não Choram, e o segundo, em 2005, por Menina de Ouro. Ao assistir a essas obras, a gente entende o porquê dela ter sido laureada (revista Caras detected!).
Então que quando vi o nome dela brilhando no elenco da série de sci-fi do Netflix, “Away”, não tive dúvidas. Comecei a assistir imediatamente. Afinal, a sinopse conta a história de cinco astronautas que, sob o comando da personagem de Swank, Emma Green, vão partir em uma pioneira jornada espacial rumo a Marte, com duração de três anos (incluídos um ano e quatro meses de ida e volta) e com 50% chance de fracasso (a.k.a. death!).
Parece promissor, não?! Então… no primeiro episódio, a trupe faz uma parada estratégica na lua. Cenas de flashback e de algum acontecimento fora do programado durante a curta viagem colocam a credibilidade de Emma como comandante à prova, enquanto seu marido – também engenheiro brilhantíssimo da Nasa, impossibilitado de participar da missão por possuir uma doença grave vascular – sofre um AVC na terra.
Clichês? Temos… afinal, a missão, que custou bilhões de dólares e levou alguns anos para preparação e treinamento já sofre pane na esquina (a caminho da lua). Fora isso, a comandante, além de congelar em importante decisão durante esta crise, tem que lidar com seu marido à beira da morte, na terra. Lógico que, clichê que é, tudo se resolve ainda no episódio um e os cinco pegam o “bonde” para Marte.
Então que a série toda é bem distante da realidade espacial… Afinal, são apenas cinco tripulantes, sendo que médico só tem um… Justamente “nosso” doutor apresenta febre altíssima e quando “Houston” levanta a ficha médica, descobre-se que ele teve uma infecção viral cujo vírus fica incubado e pode se manifestar em condições adversas. Oi? Nasa da vida real já teria barrado o cidadão na portaria, né?
O abalo psicológico de quase todos também é pintado com tintas fortes… Fica difícil imaginar que na vida real, uma missão deste porte não contaria com astronautas altamente “analisados” e, quiçá, com um terapeuta a bordo.
O sistema de água da aeronave também é uma “piada”. Se as aeronaves comerciais possuem sistemas reserva independentes, em caso de pane, imagine se isso não aconteceria em uma aeronave que tem que reciclar e fornecer a mesma água por três anos. Meio patético até…
Enfim, há alguns momentos bacanas e emocionantes na série, porém nada que compense a falta de cuidado em pesquisa e personagens mais bem elaborados.
Assisti até o último episódio, sempre rememorando obras como “Perdido em Marte”, de Ridley Scott e com Matt Damon no papel principal ou “Passageiros”, com Jennifer Lawrence e Chris Pratt. De fato, ao lembrar de histórias similares, fica ainda mais difícil engolir o amadorismo de “Away”.
Apesar da boa audiência, o Netflix, que de bobo não tem nada, já cancelou a continuidade da série. A conta que o streaming faz se baseia nas visualizações alcançadas frente ao custo de produção. Enfim… achei acertada a decisão. Porém, acho que não sou maioria. Encontrei críticas elogiando deveras e no IMDb a nota é 6,6. Ainda assim, mantenho minha opinião.
Fuja…